Alguns dos animais em extinção
Animais em extinção
Nem tudo é poesia
Animais em extinção
Este artigo destina-se a chamar a tenção de todos para as inúmeras espécies animais que actualmente se encontram em vias de extinção, sem contar com as que, infelizmente, por acção do ser humano, já se encontram totalmente extintas.
Mainá do Bali
O Mainá do Bali (Leucopsar rothschildi) é uma espécie endémica de Bali ameaçada de extinção devido à captura ilegal para comércio e à destruição do habitat causada pela desflorestação.
A raridade faz desta espécie um símbolo de elevado estatuto social na Indonésia. Protegido por lei desde 1970, o Mainá tem sido alvo de reintroduções no meio natural, mas a captura ilegal faz baixar os números continuamente. No final do século XX, existiam apenas 12 aves em liberdade, todas no Parque Nacional de Bali Barat, onde, infelizmente, continuam a ocorrer capturas ilegais. Calcula-se que existam cerca de 1000 animais, desta espécie em cativeiro que se alimenta de insectos, frutos e pequenos répteis.
O Mainá existe no Jardim Zoológico de Lisboa, entidade que participa num Programa Europeu de Reprodução da espécie, com alguns casais já nascidos em cativeiro e dos quais se espera reprodução.
Rinoceronte Asiático
Na Ásia, os órgãos e os excrementos dos rinocerontes são muito procurados e têm um elevado valor comercial, especialmente o corno, cujo pó se acredita possuidor de propriedades mágicas e medicinais.
Este factor de raiz cultural, aliado à ocupação e degradação do seu habitat pelo ser humano, tem sido responsável pela quase extinção das três espécies existentes de rinocerontes asiáticos: o rinoceronte indiano (Rhinoceros unicornis), o rinoceronte de Java (Rhinoceros sondaicus) e o rinoceronte de Samatra (Dicerorhinus sumatrensis).
O rinoceronte indiano possui um único corno, que mede entre 20 e 50 cm de comprimento. A sua pele apresenta pregas bem marcadas junto às zonas articulares, o que lhe confere um aspecto couraçado. Habita preferencialmente pastagens aluviais, no subcontinente indiano, mas a ocupação humana do seu habitat é, actualmente, tão marcante, que é frequentemente, visto a pastar em campos de cultivo. Está activo principalmente ao crepúsculo e durante a noite. É um animal solitário, que evita confrontos com indivíduos da mesma espécie e com o ser humano. No entanto, as femeas com crias muito jovens podem ser especialmente perigosas para este último, sendo registados, todos os anos, casos de pessoas mortas em ataques de rinocerontes.
Leões
Nas próximas décadas, os leões podem desaparecer na África Central e Ocidental. Isto porque as suas populações estão fragmentadas e são demasiado pequenas para sobreviver. No continente
africano existem dez mil a 30 mil leões, os quais estao a ser obrigados a habitar áreas cada vez mais pequenas, uma vez que a terra está a ser utilizada para a agricultura e criação de gado. Para os leões sobreviverem sem uniões consanguíneas, são necessários entre cem a mil animais. Mesmo que o rei da selva não se extinga neste século, a verdade é que ficará restrito a uma dúzia de parques nacionais.
Tubarão Branco
Apesar do seu tamanho, força e ferocidade, o tubarão branco está ameaçado. Colocado no livro vermelho das espécies em risco de extinção, esta medida foi tomada por três motivos: o tubarão branco é naturalmente raro, gerando apenas um ou dois filhotes na sua vida, tem uma das mais baixas taxas de procriação entre os peixes e é perseguido tanto por aqueles que se orgulham de o enfrentar como por aqueles que o temem... A despeito de toda a sua ferocidade, o tubarão branco precisa de ser protegido, porque é o ápice da cadeia alimentar, influenciando todos os níveis inferiores. É ele que controla a população de focas e leões-marinhos, as suas presas favoritas. Sem o tubarão branco, os oceanos ficariam mais pobres.
Urso Pardo
O urso pardo (Ursus arctos) tem sido confinado, pela pressão humana no seu habitat, a áreas cada vez mais restritas. Actualmente, apenas se encontram populações isoladas na Europa - em Espanha (montes Catábricos e Pirenéus), na Escandinávia, em Itália (Parque Nacional de Abruzzo) e nos Balcãs -, na Turquia, na Rússia (Sibéria) na América do Norte (Montanhas Rochosas, Alasca e Norte do Candá), encontrando-se a sobrevivência destes animais robustos, curiosos, versáteis e desde sempre temidos pelo ser humano, dependente de medidas apertadas de conservação. Os ursos pardos permanecem em estado letárgico durante o Inverno, graças às reservas de gordura acumuladas no Verão e no Outono.
De Janeiro a Março nascem, geralmente, duas crias gémeas, ou seja, um pouco antes do início da Primavera, quando os alimentos são mais abundantes. Os ursos pardos atingem a maturidade entre os 4,5 e os 7 anos. No entanto, os machos só atingem o tamanho necessário para se tornarem reprodutores entre os 8 e os 10 anos de idade. A sua longevidade no habitat natural é de 20 a 25 anos.
Urso Panda
Quando se começou a falar do perigo de extinção de espécies animais, o urso panda foi o animal escolhido como símbol dos amigos na Natureza. Pois é, estudos científicos recentes concluíram que o panda gigante continua condenado à extinção se permanecer confinado às reservas existentes. As populações actuais são muito pequenas para fazer face às catástrofes naturais, como os incêndios, que podem acabar facilmente com as plantações de bambu. Estes animais precisam de grandes áreas para poderem estabilizar e multiplicar-se e só há conhecimento de pouco mais de 1100 animais a viver no planalto do Tibete!
A tábua de salvação passa por se alargarem as reservas existentes e juntarem as populações. Especialistas confirmam que se o deixarmos sossegado com espaço suficiente, o panda trata bem do assunto, no que toca à sua descendência.
Tigre de Amur
Em Primorskii, fronteira russa com a China e a Coreia do Norte, vive o maior tigre do mundo, o tigre de Amur. Mas só existem uns míseros 450 exemplares! Os caçadores furtivos e a destruição ambiental não perdoam: a floresta siberiana tornou-se tão esparsa que os animais estão isolados, a viver como que em pequenas ilhas. Os territórios de caça têm vindo a diminuir e as histórias de confrontos perigosos entre estes carnívoros, pessoas e animais domésticos, têm aumentado. As organizações de protecção da vida selvagem já começaram a trabalhar em colaboração com instituições governamentais e científicas russas, no sentido de proteger o tigre de Amur dos caçadores furtivos.
O Gorila Africano
O gorila africano é uma espécie ameaçada, todos sabemos. Cerca de 600 sobrevivem nas florestas dos vulcões de Virunga, na fronteira do Uganda, Congo e Ruanda, e na floresta de Bwindi, no Sul do Uganda. A instabilidade política deste país resultou na expansão da caça furtiva e, por isso,o turismo, enorme fonte de receitas para a manutenção da espécie, tornou-se uma actividade reduzida naqueles países. Por essa razão, foi lançado, há já alguns anos, um apelo internacional para receber donativos que suportem os programas de apoio aos gorilas africanos, sobretudo o Dian Fossey Gorilla Fund.
Pinguins da Antárctida
Durante séculos e séculos ninguém incomodou os pinguins da Antárctida. A área é gigantesca, maior do que os Estados Unidos da América. E as temperaturas, muito baixas - 98 % do continente está coberto por gelo -, mantiveram os curiosos e os aventureiros longe da vista. Agora, o problema é outro: a indústria turística, que nestas paragens tem registado um crescimento anual de 600 %.
Existem cerca de 20 barcos que organizam cruzeiros regulares ao continente gelado. No início deste século foram mais de 14 mil turistas que visitaram esta região, pondo assim em risco a saúde de uma das espécies mais simpáticas do planeta, o pinguim.
Os cientistas estudaram o ritmo cardíaco dos pinguins através de mini-computadores instalados em ovos de plástico e, concluíram que a presença de turistas - que se aproximam com as suas máquias de vídeo ou fotográficas - faz aumentar esse ritmo entre 50 a 60 %. Os tímidos pinguins afastam-se das pessoas, por vezes expodo os ovos a temperaturas fatais e o inesperado dispêndio de enrgia obriga-os a largar os ninhos e partir à procura de alimento, para recarregar as baterias.
Baleia Glaciar
Poucos são os que sonham que o Oceano Atlântico alberga uma das espécies mais ameaçadas de extinção: a baleia glaciar (eubaleana glaciaris). Esta baleia flutua depois de morta e foi, por isso, a espécie mais procurada pelos baleeiros dos séculos XIX e XX. Ela foi dizimada de tal forma que um tratado internacional, em 1935, estabeleceu sua protecção. Apesar disso, a espécie luta actualmente pela sobrevivência. Calcula-se que não existam mais de mil destas baleias, que podem chegar aos 18metros e pesar 100 toneladas. Elas movem-se muito lentamente e vivem no meio das rotas marítimas mais movimentadas do Atlântico Norte. As redes e os cascos dos navios dizimam-nas. Mais de 90% das mortes não naturais ocorrias na espécie foi causado por colisões com navios.
Íbis-Eremita
A situação actual do Íbis-Eremita (Geronticus eremia) exemplifica o perigo que se corre ao adiar o início de uma estratégia de conservação. Esta espécie já teve uma distribuição relativamente alargada, no Sul da Europa, no Médio Oriente e no Noroeste de África, mas tem sofrido um contínuo declínio, especialmente em consequência de perseguição directa, da perturbação dos locais de nidificação e do uso de pesticidas na agricultura, estando hoje considerada em perigo crítico.
Actualmente, apenas se conhecem quatro colónias em Marrocos (três no Parque Nacional de Souss-Massa), embora se suspeite da existência de uma colónia no Médio Oriente, junto ao Mar Vermelho.
Em 1977 foi iniciado um programa de recuperação desta população, liderado pela WWF (World Wildlife Fund) e ao qual aderiram várias organizações internacionais. Agora os esforços concentram-se na população de Marrocos, equacionando-se reintroduções em outras zonas da sua presumível anterior área de distribuição, tais como Israel e o Paque Natural do Cabo de Gata, em Espanha. O Zoo de Lisboa participa num Programa Europeu de Reprodução desta espécie.
Tartarugas Verdes e Tartarugas Marinhas
Tartarugas comuns e tartarugas-verdes partilham uma enseada na Costa do Yucatán onde, várias multinacionais hoteleiras têm comprado terrenos. Se não há dúvidas quanto ao objectivo das multinacionais - a construção de uma resma de hotéis à beira-mar, também não restam dúvidas de que o habitat das taratrugas será completamente destruído com o previsível afluxo de milhares de turistas ao local. A nota de despejo está feita. Resta saber como vão proceder as autoridades mexicanas.
Na Grécia o úmero de turistas que visitam Zakynthos, uma das ilhas jónicas, tem posto em risco as tartarugas marinhas que adoptaram há séculos a areia da baía de Laganas como maternidade. Os aviões que aterram no aeroporto de Zakynthos sobrevoam diariamente as colónias destes animais. Como se isso não bastasse, barcos a motor perseguem-nas, sem cessar, junto à costa. À noite, as desorientadas tatarugas recém-nascidas são atraídas pelas luzes dos bares e dos restaurantes da praia. Assm seguem na direcção errada e acabam por morrer atropeladas ou por exaustão.
A Comissão Europeia já anunciou um processo judicial contra o governo grego, devido à ausência de medidas eficazes e protecção.
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